🥳 2 anos de Cajueira | Queremos juntar o Brasil
Oi, tudo massa?
Aqui é Mariama Correia*, jornalista pernambucana e cofundadora da Cajueira. Hoje é nosso aniversário 🥳 🎉 Estamos completando dois anos de projeto e quero te agradecer por estar junto com a gente. Combater preconceitos contra o Nordeste e lutar pela descentralização do jornalismo no Brasil não é missão fácil. O apoio que recebemos dos nossos quase 3 mil assinantes é fundamental para continuarmos crescendo. Muito obrigada!
Além de agradecer, quero te contar uma história. Dois anos atrás, uma pergunta estava rodando na minha cabeça: cadê o Nordeste nas curadorias focadas em conteúdo jornalÃstico? A gente sabe que nossa região é tradicionalmente invisibilizada pela mÃdia concentrada no Sudeste. Antes da Cajueira existir, as newsletters dedicadas ao jornalismo destacavam apenas conteúdos de São Paulo, Rio de Janeiro e BrasÃlia. Aqui e acolá surgiam uns links de jornais estadounidenses.
Quando me mudei para São Paulo, o vazio de informações sobre nossa região ficou ainda mais evidente. Era preciso criar uma curadoria que valorizasse os conteúdos, a diversidade e a qualidade do jornalismo independente e nordestino. Mas essa ideia só começou a brotar mesmo quando as jornalistas nordestinas Nayara Felizardo, Joana Suarez e Mariana Ceci se juntaram ao projeto. Elas são cofundadoras da Cajueira comigo.
A gente passou muitos meses pesquisando referências, lendo, fazendo reuniões pela internet, porque moramos em estados diferentes e estávamos em plena pandemia. Em novembro de 2020, brotamos com um manifesto de reinvenção do Nordeste. Nele, afirmamos nossa missão de desconstruir representações estigmatizadas da mÃdia, que teima em associar nossa região à miséria e ao atraso. Na Cajueira, afirmamos e reafirmamos que o Nordeste é terreno fértil e abundante, onde cresce um jornalismo independente, diverso e plural.Â
Em dois anos de vida, nos desenvolvemos como uma árvore frondosa, cheia de frutos. Até aqui são 51 edições destacando conteúdos de mais de 100 projetos de jornalismo independente da região. Visibilizamos o trabalho de pensadoras, pensadores, comunicadoras e comunicadores nordestinas (os) em dezenas de entrevistas. Entregamos análises e edições especiais que provocaram debates importantes, como o combate à xenofobia nas eleições.Â
Nossas edições são lidas em vários estados brasileiros e até fora do paÃs. Fico bestinha quando professores e estudantes contam que um conteúdo nosso inspirou debates em sala de aula. Também tenho um orgulho danado do projeto de acessibilidade no jornalismo que desenvolvemos este ano. Em abril, lançamos o Lume, um aplicativo curador de conteúdos para pessoas cegas feito uma rede de veÃculos jornalÃsticos nordestinos, em parceria com a universidade. Este ano, com a chegada da jornalista Jayanne Rodrigues na equipe, lançamos o CajuZap, uma curadoria para quem gosta de ouvir notÃcias de qualidade no Whatsapp, com diversidade de sotaques.
Estamos fazendo a diferença e queremos fazer mais. Vamos seguir combatendo preconceitos e lutando pela valorização da nossa região. Nossas raÃzes estão bem fincadas no Nordeste, nossos frutos se espalham pelo paÃs. Temos orgulho das nossas origens, mas não chegamos para separar. Queremos juntar o Brasil. Não importa de onde você é. Vamos juntes ampliar olhares sobre nosso paÃs.
Um cheiro!
*Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduada pela Universidade Federal de Pernambuco. Atua como editora e repórter da Agência Pública de jornalismo investigativo. Foi repórter do coletivo de jornalismo investigativo e independente Marco Zero Conteúdo e da editoria de Economia do jornal Folha de Pernambuco. Já assinou matérias no The Intercept Brasil, em revistas da Editora Abril e em outras publicações. Participa do Atlas da NotÃcia, um mapeamento do jornalismo no Brasil, como pesquisadora do Nordeste.
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