Pauta feita no território é gostosa demais
Vem conhecer duas iniciativas novas do jornalismo nordestino
Ei, tudo massa? Tu assististe à palestra que nós, da Caju, participamos no Congresso de Jornalismo da Abraji no final de junho? Se não, te contamos que foi bem legal, sala cheia de gente interessada no debate sobre diversidade regional na mídia. Falamos do Mapa Cajueira e da relação que os veículos que surgem nos territórios têm com os desertos de notícias do Brasil, sobretudo no Nordeste.
A gente torce para que cada vez mais veículos surjam fora do eixo sudestino, cobrindo novas pautas, ouvindo fontes diversas, porque esse Brasil é grande demais pra ser retratado só a partir de Rio-SP.
E a boa desta edição é justamente as organizações novas que garimpamos pro nosso mapa do jornalismo nordestino ficar ainda mais bonito. O site NORDESTeuSOU, em Salvador (BA), tem a missão de desfazer o mito de que o complexo do Nordeste de Amaralina, formado pelos bairros soteropolitanos de Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho e Vale das Pedrinhas, é dominada pelo crime. Eles divulgam ações de esporte, lazer e entretenimento dentro da comunidade, assim como notícias que direta ou indiretamente beneficiam aquela população.
Conhecemos o pessoal que faz o site e a cobertura nas redes no congresso da Abraji, são mais de dez pessoas na organização. Um trabalho muito massa de conhecer.
Factual e nicho
Há duas forças jornalísticas importantes a serem valorizadas nos territórios brasileiros - debatemos sobre isso na palestra. Uma são os veículos que fazem cobertura dos acontecimentos locais, da cidade e do entorno, ocupando os desertos de notícias. Esses veículos muitas vezes sobrevivem com dificuldade porque não conseguem acessar oportunidades de financiamento, como editais, por exemplo.
Outra via de produção são das organizações independentes, de nicho, que cobrem determinadas temáticas ou utilizam formatos novos como podcasts e canais audiovisuais. O NORDESTeuSOU acaba mesclando as duas coisas na sua cobertura hiperlocal, desconstruindo os estereótipos da mídia tradicional.
A outra novidade desta edição é o canal do Youtube Nordestinos pelo mundo. Leo Paiva entrevista gente da nossa região que está fazendo sucessos em diversas áreas de atuação. Por lá, já passou Max Petterson, Ademara, Bráulio Bessa e muito mais gente boa.
As iniciativas independentes que mapeamos na Cajueira, e sempre aparecem nas nossas curadorias, geralmente se financiam com contribuições dos leitores, de editais, bolsas, filantropia. Mas, pra variar, esses recursos também acabam concentrados no Sudeste, e aí é luta pra conseguir manter de pé a produção de conteúdos de qualidade.
Por isso, a importância de consumirmos, apoiarmos e incentivarmos esses comunicadores e comunicadoras que acreditam no poder do jornalismo construído coletivamente e regionalmente. Fomentar conteúdos feitos por quem vive nos locais reportados é melhorar a qualidade da informação no Brasil.
Por sinal, é sempre lembramos que precisamos da tua moral aqui: apoia.se/cajueira!!! Ah! Já estamos lá na rede nova também, visse: https://www.threads.net/@cajueira , aguardando cenas dos próximos capitulos sociais rsrs.
Sirva-se!
Um cheiro!
A gente tava doida pra saber!
O Budejo chamou o professor Allysson Pontes Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e diretor científico do Araripe Geopark Mundial da UNESCO, para explicar o que existe de tão especial no Cariri cearense para ter tantos fósseis e tão bem preservados. Foi dessa região que o fóssil do dinossauro Ubirajara Jubatus, vítima do colonialismo científico, foi levado muitos anos atrás. Ele só retornou recentemente, depois de muita mobilização.
O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino foi perfilado em um episódio especial do podcast As Cunhãs. Tem entrevista com ex-professora do maranhense, marqueteiro dele em todas as eleições, cientista política e até com o responsável pelo perfil de humor Dino Debochado. Tudo isso para conhecer melhor a trajetória de um dos principais nomes do governo Lula e entender o estilo desse político que conseguiu desbancar de vez a família Sarney do poder no Maranhão.
A chuva fora do centro
As famílias que vivem nas áreas mais vulnerabilizadas da Região Metropolitana do Recife resumem a aflição que passam constantemente em três palavras – "Tudo de novo". No início de julho, casas foram inundadas e ruas alagadas. Vidas, memórias e pertences foram perdidos. A Marco Zero Conteúdo está acompanhando e cobrando soluções para o problema.
É crime. O diretor executivo de Comunicação da Câmara Municipal de João Pessoa, Paulo de Pádua Vasconcelos, se tornou réu por transhomofobia no Instagram. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal, após fazer comentários discriminatórios sobre o assassinato de uma mulher trans. Mais informações sobre o caso estão no Paraíba Feminina.
Castanhas
A Cajueira tá fina. Fizemos uma parceria com o Indique uma Preta para uma palestra sobre jornalismo independente feito no território, ministrada pela nossa cofundadora Nayara Felizardo. Estamos preparando um material especial pra apresentar e contribuir com a galera que for participar. É online e gratuito, destinado a mulheres pretas ou indígenas, dia 18/07, das 10h às 12h. Se liga na inscrição!
E por falar em Nayara, ela está concorrendo na categoria repórter do Troféu Mulher Imprensa, que esse ano traz o tema "Regionalidade". Quem está nessa mesma categoria é Fabiana Moraes, de quem sempre falamos por aqui. Você já votou?
Tem outras mulheres massa pra votar na categoria Nordeste. Quatro finalistas são de veículos independentes que sempre estão na nossa curadoria – Graziela França, da Agencia Tatu, Larissa Carvalho, do Site Negrê; Raissa Franca, do Portal Eu Femea e Tatyana Valéria, do Paraíba Feminina. Isso, sim, é uma escolha difícil. Já na categoria podcast de jornalismo a decisão é muito fácil. Só pode ser As Cunhãs.
Coleção e arte diferenciadas
O inglês Craig Robinson tem a maior coleção de bonecos minicraques do mundo. São 10 mil miniaturas colecionados por ele desde 1995, quando ainda era criança. O Verminosos por Futebol contou essa história.
A luta das mulheres de Aracaju por mais espaço e respeito na arte do grafite foi mostrada em uma reportagem do Mangue Jornalismo. Na capital sergipana, elas espalham sua arte em muros de escolas, residências, pontos turísticos e obras. Para essas mulheres, grafitar também é um ato de resistência contra o machismo.
Gostasse? Ajude a Cajueira a continuar valorizando a mídia independente nordestina.
Recebeu esse material de alguém? Assine nossa curadoria quinzenal de conteúdos do jornalismo independente nos estados do Nordeste.