Olha a chuva! Choveu! Olha a vacina! É mentira...
Não tem festa de São João, mas tem arraial da Cajueira pra animar seu coração
São João chegou e o coração das nordestines tá queimando mais que fogueira! Pense que a roedeira é grande nesse segundo ano sem forró, arrasta-pé, rala-bucho e quadrilhas. Mas, com a pandemia ainda descontrolada e a falta das vacinas – porque Bolsonaro não respondeu os e-mails da ~pifâiser~, o arraial vai ter que ser ‘dendicasa’, ouvindo essa playlist que a gente preparou, com a ajuda dos tuiteiros, especialmente pra você matar a saudade da festa.
Podemos dizer que o Nordeste é o país do São João. Em tempos normais, os festejos unem os nove estados para celebrar a fartura do milho. É o momento perfeito pra gente falar de colheitas.
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Agora , bora continuar forrozeando e se informando com a gente? Tem notícia com animação, passeio na roça e balancê!
Sirva-se!
Ai que saudade que eu sinto, das noites de São João…
A suspensão de festas de São João, por causa do coronavírus, deixou um rastro de prejuízos nos estados nordestinos. No ano passado, o cálculo das perdas econômicas chegou a pelo menos R$ 1 bilhão, porque as festividades movimentam o turismo, e geram emprego e renda para famílias e negócios locais. Inclusive, vários estados estavam criando auxílios emergenciais para ajudar os artistas e grupos culturais que se apresentavam nas programações do ciclo junino.
O podcast Calumbi lançou um episódio especial nesta semana sobre os dois anos sem São João. Eles entrevistaram trabalhadores impactados da cidade de Senhor do Bonfim, apelidada de "Capital Baiana do Forró", que respira os festejos, com uma relação de dependência econômica. O programa também apresenta iniciativas realizadas neste período para combater a crise.
Também tem campanha de arrecadação de alimentos para artistas em Petrolina, como registrou o Blog Folha do Sertão. Isso nos lembra da importância de apoiar os talentos locais.
Campina Grande X Caruaru
Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco, são duas cidades polo de festas juninas. E existe uma rivalidade histórica entre elas, que competem pelo título de maior e melhor São João do mundo (óa pra isso!). Ambas promovem vários dias de festas que reúnem multidões, com shows de artistas bombados e muitas atrações. Ah, e tem o capítulo “comidas gigantes”. O que dizer, por exemplo, do maior cuscuz do mundo, que leva 800 quilos de flocos de milho e é feito pela União de Criadores de Comida Gigante em Caruaru?!
Deu vontade aí de comida junina? Compra ou faz tua canjica, tua pamonha, afasta o sofá e bota a playlist São João da Cajueira pra tocar. Aproveita, tira uma foto do teu arraial e marca a gente nas redes (@cajueira_) 😉
Quadrilha
“São João se confunde com vida” para a dançarina Mara Alexandre. Desde 2013, a cearense é a principal destaque da quadrilha Ceará Junino, uma das mais premiadas no disputado circuito dos festivais. Surda desde os 12 anos, Mara "se fez bailarina enquanto aprendia a escutar através do olhar e do contato com os pés no chão".
Mara faz parte de uma geração que viu e sentiu a tradição popular se moldar aos tempos atuais e acredita que o São João se confunde com a vida. Nesse perfil publicado no site Bemdito você pode conhecer a história da rainha das quadrilhas juninas cearenses .
Castanhas
Forró chamegado
Lá na Bahia, o Blog do Velame informou que a cantora Karol Freitas, de Feira de Santana (BA), lançou o “Forró Agarradinho”, com participação especial do sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano Targino Gondim. É um xote chamegado, com elementos típicos do São João. Você também pode seguir a Karol no instagram @soukarolfreitas e ouvir a sua música aqui.
Escritores LGBTQ+ nordestines
O Coletivo de Escritores LGBTQIAP+ Nordestines - Oxe LGBT+ fez um fio no Twitter com escritores pra gente conhecer. O coletivo também organizou uma antologia chamada Nordeste em Cores.
Arte Drag Queen
Aproveitando o embalo do mês do Orgulho LGBTQIA+, a Olhos Jornalismo fez uma reportagem sobre a cena drag queen em Maceió, Alagoas. Além do preconceito e desvalorização do trabalho dos artistas, a pandemia trouxe novas dificuldades.
Não ao PL 490!
Povos indígenas protestaram em todo o país, na última terça-feira (22), contra o projeto de lei 490, que prevê mudanças em direitos territoriais garantidos pela Constituição. Em Brasília, o protesto pacífico foi atacado violentamente pela polícia.
A Etnomídia, um projeto de protagonismo indígena na comunicação, feito no Nordeste, registrou mobilizações na região. Na Bahia, por exemplo, o povo Tupinambá interditou a rodovia estadual que liga Ilhéus a Olivença para protestar contra a iniciativa e pedir demarcação já!
Vacina no braço e comida no prato
Natal é a capital do Nordeste mais atrasada na vacinação de trabalhadores da educação. A informação é da Saiba Mais, que mostra como está a vacinação da categoria nos nove estados da região.
E no meio de toda essa crise de saúde, a fome se alastra pelo país. O governo de Alagoas prometeu distribuir 250 mil cestas básicas a famílias mais pobres, para reduzir os impactos da pandemia. Mas atrasou a entrega. O Blog do Odilon no Repórter Nordeste denunciou e está de olho.
O que você sabe sobre o Semiárido?
Essa coisa de São João faz a gente pensar nas festas do interior. Fogueira, comidas típicas, Gonzagão cantando as saudades do Sertão. Mas o que a gente sabe sobre o Sertão? Esse episódio do podcast Deixe de Patim discute estereótipos que acompanham o Semiárido nordestino.
Por falar nisso, tu sabes o que é aboio? É um canto sem palavras entoado por vaqueiros para conduzir o gado pelos pastos. A tradição, celebrada nessa música de Luiz Gonzaga, é dominada por homens. Mas uma menina de 12 está subvertendo a lógica.
Lucivânia Aparecida nasceu numa família de vaqueiros e mora no distrito de Sítio dos Nunes, no Sertão do Pajeú, a cerca de 350 quilômetros da capital Recife. A reportagem é da Marco Zero Conteúdo.
Balancê!
E, pra terminar, enquanto a gente não pode fazer o arraial dos vacinades, pelo menos, tem muita música boa pra gente curtir. Falamos do Norte na edição passada e, como o assunto da vez é São João, o episódio do podcast pernambucano Embrazado tem tudo a ver essa mistura.
Eles voltaram ao século XIX para contar a história do forró de Manaus, atualmente também chamado de forró de galeral ou forró de galernos. O episódio ainda traz indicações de várias músicas. Tá massa demais!
Diga aí, curtisse o Arraial da Cajueira? Não esquece de mandar fotos e mensagens pra gente mostrando como foi teu São João pra esquentar nosso coração virtual. A gente vai ficando por aqui… caminho da roça! Até mais!
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