Especial | Eleições Nordeste 🗳️
Iniciamos giros na cobertura política da região para ampliar entendimentos no período eleitoral
Opa, tudo certinho por aí? Sabemos que tá difícil digerir as notícias no Brasil. Cada dia é uma lapada, mas não tem jeito, o caminho pra solucionar parte dos nossos problemas é a política. Precisamos entender os jogos que estão se configurando para as eleições deste ano, tanto nos estados quanto na corrida presidencial. Só assim vamos eleger pessoas mais capacitadas para nos representar. Por isso, resolvemos fazer aqui na Cajueira três edições especiais sobre a cobertura jornalística das disputas eleitorais no Nordeste.
Hoje, vamos mostrar as movimentações que estão ocorrendo no Ceará, em Sergipe e em Alagoas. Na próxima edição, será a vez de Pernambuco, Maranhão e Piauí. E, por último, teremos a Bahia, o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Além de um breve resumo com contexto político estadual, para que possamos entender melhor os 'Brasis', trazemos links com coberturas produzidas pelo jornalismo independente da região.
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Alianças em risco no Ceará
O contexto político no Ceará é o seguinte: O PDT e o PT são aliados históricos no estado, mas essa amizade está em risco. O presidenciável Ciro Gomes (PDT), que foi padrinho político do petista Camilo Santana (candidato ao senado e ex-governador muito bem avaliado no estado), insiste em lançar o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao governo do estado.
Ciro veta a atual governadora e também pedetista Izolda Cela, que é a aposta de Camilo Santana e da maior parte do PT cearense. O partido de Lula ameaça romper com o PDT e lançar candidatura própria, caso Ciro Gomes insista em Roberto Cláudio, embora Izolda não esteja decolando nas pesquisas. O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, neste momento, parece ter mais força para derrotar o bolsonarista Capitão Wagner, do União Brasil. Izolda Cela tem pouca rejeição e chances de crescer aproveitando da popularidade de Camilo Santana e de Lula.
A definição sobre quem será o pré-candidato está prevista para acontecer no dia 18 de julho, durante um encontro do diretório do PDT no Ceará.
Renan Calheiros e Arthur Lira articulam em Alagoas
O estado tem o senador Renan Calheiros, do MDB, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP, como os principais articuladores das campanhas estaduais. A estratégia de Renan Calheiros é associar a imagem de Arthur Lira à de Jair Bolsonaro. O senador já manifestou apoio ao ex-presidente Lula, independentemente da candidatura da emedebista Simone Tebet à presidência. Já Arthur Lira acusa Calheiros de ser chefe de um “clã” que domina Alagoas há muito tempo.
Correndo por fora na disputa pelo poder no estado está o senador Fernando Collor (PTB), que lançou a pré-candidatura ao governo há menos de um mês. Os demais pré-candidatos são o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado por Arthur Lira; o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD); e Paulo Dantas (MDB), apoiado por Renan Calheiros. Dantas é ex-deputado estadual e foi eleito governador em maio, em uma votação indireta na Assembleia Legislativa, depois que Renan Filho deixou o governo para disputar o Senado.
Alagoas estava sem vice-governador desde 2020, quando Luciano Barbosa, que ocupava o cargo, foi eleito prefeito de Arapiraca. A principal indefinição em Alagoas hoje são os vices. Paulo Dantas, Fernando Collor e Rui Palmeira continuam negociando nomes. Collor exige um vice bolsonarista e Rodrigo Cunha ocupou a vaga com a tucana Jó Pereira.
Contexto político em Sergipe
A disputa no estado será entre Rogério Carvalho (PT), apoiado por Lula; Fábio Mitidieri (PSD), que tem o apoio tanto do governador de Sergipe Belivaldo Chagas como do prefeito Edvaldo Nogueira; Alessandro Vieira (PSDB), apoiado pela senadora Simone Tebet; e João Fontes (PTB), que é o único candidato bolsonarista.
Há ainda uma indefinição quanto ao ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho (PL), que também é do grupo bolsonarista. Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele teve os direitos políticos cassados e está inelegível por oito anos, mas insiste em manter a pré-candidatura. Valmir foi acusado de cometer abuso de poder econômico para eleger o deputado estadual Talysson Barbosa Costa, filho dele, que também foi cassado. O bolsonarista entrou com um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a suspensão do julgamento no TSE. Caso não consiga a liminar, a expectativa é pelo nome que ele irá apoiar.
Nós, da Cajueira, conseguimos mapear poucos veículos independentes no estado de Sergipe. Pois se tu souber de alguma organização ou jornalista massa produzindo conteúdo político de qualidade, dá o toque!
Links que valem o clique 😉
Em 2022, novos ambientes digitais, como Telegram e TikTok, estão fazendo parte da disputa eleitoral, e cada presidenciável tem seu jeito próprio de lidar com as redes. O podcast do Cariri do Ceará, o Budejo, entrevistou a apresentadora do podcast Cabo Eleitoral, Paula Soprana, para falar sobre essas redes e contar a experiência dela ao se infiltrar em grupos bolsonaristas.
Na seção Missivas, do site cearense Bemdito, Felipe Pinheiro escreveu um artigo sobre o negacionismo sem fronteira para refletir sobre a seguinte questão: "A poucas léguas da eleição, quanta cara de pau o bolsonarismo ainda tem no tanque?"
Outra pergunta pertinente é feita pelo podcast Por Trás da Mídia. "Onde estão os cidadãos do bem?", questiona o episódio 72.
Negros no poder
O Ceará Criolo destaca a iniciativa da Coalizão Negra por Direitos, que lançou o Quilombo nos Parlamentos, reunindo mais de 50 lideranças do PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT e Rede para pré-candidaturas à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas no Distrito Federal e em 18 estados, incluindo os nove do Nordeste.
Quer ficar por dentro da política cearense? Acompanhe os episódios 104 e 105 do podcast As Cunhãs, para entender como histórica aliança entre PDT e PT no estado está ameaçada pela interferência de Ciro Gomes.
No seu blog no site Repórter Nordeste, Odilon Rios fez uma análise sobre Fernando Collor. Perdido no bolsonarismo, ele representa apenas o vazio de propostas.
Castanha
A Agência Saiba Mais abriu inscrições até o dia 15/07 para selecionar 20 estudantes que participarão de oficinas de produção em jornalismo digital voltado para a cobertura das eleições 2022 no Rio Grande do Norte. Podem concorrer às vagas os alunos dos cursos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual (UERN) que estejam a partir do 3º semestre. Das 20 bolsas, 50% serão oferecidas a estudantes negros, trans, com deficiência e indígenas (a partir de autodeclaração no formulário). Cada aluno selecionado participará de quatro oficinas e receberá uma bolsa equivalente a U$100 dólares. Todo o custo de produção do conteúdo ficará por conta da agência.
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